terça-feira, 27 de novembro de 2007

Perguntei a Deus



Hoje, procurei por você!Procurei em cada esquina por onde passei...A cada flor do jardim eu indaguei...Todos os rostos que por mim passava,eu olhava, esperando lhe encontrar.
Vasculhei todos os recantos, os recônditos...Você, não estava em nenhum lugar.
Olhei para o céu, repleto de estrelas,que piscavam faceiras como pirilampos,a bailar na noite, num valsar de felicidades...
Pensei... Quem sabe?... Pode ser...Mas... Não encontrei você...
A lua esplendorosa, bela, cor de prata...Parecia sorrir pra mim, e logo imaginei que talvez...
Quem sabe...Mas... Ela também, não sabia dizer...Ela até que gostava de lhe ouvir poetar...De ficar horas a fio, no silêncio da noite, a ouvir sua voz de veludo, a entoar belos poemas de amor, mesmo que alguns falasse de dor, mas era bom, ouvir...Suas canções, ecoadas em serenata, ela também ouvia, sem piscar...
Mas... Onde você estava? Ela não sabia dizer... Apesar da saudade.
Olhei então para o céu e a Deus perguntei: Deus, onde será que ele se escondeu? Por que desapareceu, deixando-me aqui, com tanta saudade a sufocar minha alma? Deus silenciou... Nada respondeu...Foi quando entendi...
Então, a Deus agradeci...
Procurei dentro do meu eu, nos recônditos de minha alma...e lhe encontrei...
Ah!... Eu sabia...
Tanto tempo que perdi lhe procurando, e você aqui, dentro da minha saudade, agasalhado, no aconchego do meu amor.

Colaboração de Avany Moraes

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Odeio-te por te amar


Odeio-te pelo que me fizestes em tão pouco tempo:

Levou-me às nuvens com tuas carícias e beijos;

Fez-me sonhar com um futuro promissor, sempre ao teu lado;

Convenceu-me de que ninguém me amaria mais do que ti;

Alegrou-me quando me fez sentir alguém importante.

Tiraste de mim o melhor de um amor até então escondido

e, do nada, partiste.

Partiste deixando-me apenas a saudade.

Hoje, resumida a uma lembrança, rondas a minha mente a cada minuto de um dia sem fim.

Por mais que negue, amo-te desesperadamente e tua ausência é a minha maior presença.

Onde encontrar-te se foges de mim?

Se me recusas com o mesmo empenho que usaste para me conquistar?

Ainda assim, eu só sei que te amo...



segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Um dia em minha vida


Ainda há pouco tocou no rádio aquela música - velhíssima - do Michael Jackson "One day in your life", que me fez pensar em um dia de minha vida, especialmente o de hoje.
Meu aniversário, deveria ser um dia feliz, com muito sol e festa mas, caí em mim, tinha que trabalhar.
Bom, pelo menos o dia não será tão corrido, afinal, espremido entre dois dias inúteis, pensei.
Já pela manhã o primeiro sobressalto: o despertador foi preparado para tocar às 05:30 da manhã mas, arre, ele não toca! Acordo já passando das oito e, dizendo uma série de impropérios - irreproduzíveis aqui - , saio da cama apressado, tentando me livrar do lençol que insiste em me seguir para a cozinha onde eu não consigo encontrar o necessário para fazer um café.
Enquanto ferve a água - isso mesmo, não tenho cafeteira elétrica - ponho-me a fazer a barba de qualquer jeito, pois tenho que me apressar ao máximo.
Caramba, estou magro demais e a calça mais parece a de alguém que morreu e deixou-a de herança para mim. Lembro-me que, em setembro, quando a comprei, ela estava até um pouco apertadinha e fico pensando porque será que estou emagrecendo tanto... Será que estou doente? Bom não dá tempo para buscar uma resposta. Estou atrasadíssimo.
Volto para a cozinha, mas a água do café parece estar com preguiça. Fico alguns segundo ali, implorando que ela ferva logo.
Mais uma corridinha até o quarto, calço as meias e visto a camisa, que nunca foi tão difícil abotoar. Ah, pelo barulho no fogão, a água ferveu finalmente. Despejo o máximo possível no coador e vou pentear os cabelos que não querem, de jeito nenhum ficar alinhados.
Só que a água demora a passar e o jeito é jogar um pouco na pia. Tomo um cafezinho bem depressa e desço para a rua ainda enrolando as mangas da camisa.
Chego ao ponto de ônibus, que bom. Que bom que nada! Acabou de passar o que me serve e tenho que ficar ali plantado esperando por outro. Vem vazio, graças a Deus, penso. Consigo sentar mas não vai dar prá tirar uma soneca, pois o cara do canto está com tantas bugigangas que ocupa quase que a cadeira inteira e lá vou eu naquela situação desconfortável de meia banda na cadeira, meia banda de fora...
O trânsito flui bem e eu nunca agradei tanto à Deus por isso. Oba! Desse jeito não vou chegar tão atrasado... Oba nada pois, depois de quase uma hora surge ele, o horror do meu dia-a-dia: um engarrafamento quilométrico que quintuplica o tempo da viagem. A Cedae resolveu interditar uma parte da rua e um outro ônibis resolveu bater justamento hoje, naquele lugar... Mais impropérios....
Mas, fazer o quê? O jeito é se conformar e chegar com aquela cara de cachorro-sem-dono, pisando miudinho prá chamar o mínimo de atenção.
Durante o dia, recebo várias ligações - inclusive daquelas pessoas que me esquecem o ano inteiro mas, pelo menos, lembram-se de mim nessa data. Ah, normalmente também se lembram no Natal.
De volta prá casa, ele, de novo, obrigando-me a correr o risco de ficar com a boca aberta e babando no colo do meu companheiro de viagem. Não resisto e tiro uma gostosa soneca, mesmo com o ônibus dando uns saltos de vez em quando.
Chego em casa e nada de festa. Ué, será que se esqueceram de mim?
Ah, mas eu ligo o computador e vou pro orkut, deliciar-me com a montanha de scraps de feliz aniversário que meus amigos virtuais ou não, deixaram ali. Nossa, a página bombou!
Aí percebo que não fui esquecido ou que fui pelo menos lembrado por aqueles que me são realmente importantes e isso basta prá esquecer que uns outros, também importantes, não deram sinal de vida.
Coisa boa isso não? Satisfeito, vou dormir tranquilo, esperando que se passem logo os próximos 365 dias até o próximo aniversário....

domingo, 18 de novembro de 2007

Tempestade


A tempestade ergue-se à minha frente, tomando de assalto toda uma vida construída a duras penas. De repente, vejo-me num redemoinho que parece querer destruir-me. Dentro dele, consigo refletir sobre esses longos anos passados à espera talvez de um milagre. Foram anos de sonhos e esperanças, mas também de um trabalho duro para vencer e fincar o pé no alto da montanha mais alta.

Anos em que a juventude parecia nunca ter fim e a vitória era tida como certa no final. Os amores podiam se acabar que logo outros iriam chegar...

O futuro vislumbrado parecia ser o final de um arco-íris, onde potes e mais potes de ouro e felicidade seriam encontrados, afinal.

E assim os anos foram se passando, a rotina se cristalizando e as coisas se encaminhado quase que como o planejado; os poucos percalços poderiam ser vencidos ou contornados e a vida seguiria seu curso normal.

Avante, cavaleiro! O futuro é seu e será eternamente brilhante!

Só que, no meio da subida acontece essa tempestade e toneladas de terra e pedras rolam por sobre mim, destruindo tudo aquilo que foi construído, principalmente os sonhos.

Agarrado a uma árvore que teima em não ceder a essa avalanche sinto a esperança rondando-me, como a dizer-me que, por mais fortes que sejam as tempestades elas logo passam e o sol volta a brilhar, permitindo enfim contabilizar os prejuízos e reconstruir o futuro, dessa vez em bases mais sólidas.

É essa esperança que me dá forças para não largar aquele tronco e resistir até o fim.

Tomara, porém, que a tempestade passe logo e os ventos da bonança venham soprar novamente as velas do meu barco imaginário, levando-me por mares nunca dantes navegados.

sábado, 3 de novembro de 2007

Ausências


São tantas as ausências presentes em nossas vidas que a gente vai se transformando como um penhasco, modificando sempre nossa constituição interior.
Os amigos que partem prá longe levam bons pedacinhos de nós, mas deixam sempre suas marcas registradas em nossos corações e mentes;
Os entes queridos que se vão levam-nos pedaços enormes e deixam uma saudade queos mantém sempre por perto, fazendo com que essa ausência seja minimizada com as lembranças de uma vida quase inteira;
Mas os amores... Ah, esses quando se vão parecem carregar todo o nosso corpo, nossa mente, nossa alma. Deixam-nos em frangalhos, sem perspectivas e esperanças de um recomeço, sem falar na confiança em si mesmo. Nossa auto-estima fica tão baixa que sentimo-nos piores que aquele tapete, antes gostoso de rolar, na sala-de-estar ou na beira da cama.
Mil perguntas e culpas teimam em lhe rondar como se quisesse descobrir onde ocorreu alguma falha e, que falha foi essa. A princípio, nada mais tem valor ao redor. Tudo perde o brilho e o colorido, como se o seu mundo estivesse restrito à pessoa amada. Aquela alegria diária que lhe acompanhava se esvai e você não tem vontade nem de sair da cama. Adormecer é um tormento.
Impossível acreditar que aquilo esteja acontecendo, que as juras eternas de amor não fossem verdadeiras e, o pior, imaginar o ser amado agora nos braços de outrem. O ciúme parece querer levá-lo à loucura, de qualquer forma, com a imagem dos dois entrelaçados rondando-lhe a mente com insistência.
Da dor da decepção passa-se ao estágio do desejo de vingança: é preciso dar o troco de uma forma ou de outra. Se possível, matar aquele que o traiu. Aquele que lhe sugou tão bons sentimentos e, de uma hora para outra, jogou-os no lixo, simplesmente. De que adiantou sua lealdade e sinceridade?
É aí que entra a razão, levando-o finalmente a enfrentar aquilo que parecia insuperável, tirando de um redemoinho de rancor e mágoa, jogando-o de novo nas areias - ainda que áridas - da vida.
Percebe-se então que o sol não deixou de brilhar nem as árvores deixaram de florescer.
Você está vivo de novo e sente-se bem com isso. As cores voltaram e aquelas fotografias e aqueles presentes recebidos, transformados em martírio, podem finalmente ser jogadas no lixo sem o menor ressentimento.
Pois é, um tornado passou ao seu lado mas não o derrubou porque traições e abandonos são para serem enfrentados e superados e você é maior que qualquer traição.
Que bom que você está vivo de novo!
E, de novo, vai arriscar-se nessa terra estrangeira chamada amor....

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